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quarta-feira, 13 de março de 2013

NOVO PAPA ESCOLHIDO

ROMA - A Igreja Católica já tem um novo Sumo Pontífice. Surpreendendo os analistas, que previam a escolha somente a partir de quinta-feira, a fumaça branca sinalizou às 19h06m (15h06m no Brasil) ao mundo que os 115 cardeais reunidos no conclave já escolheram um sucessor para Bento XVI, que renunciou em fevereiro. O nome do escolhido deve ser anunciado em instantes. A imagem da fumaça branca levou ao delírio os milhares de pessoas que enfrentavam a chuva fina e um temperatura de 9 graus na Praça de São Pedro. Além do mau tempo, muitos fiéis deixaram de ir até a praça devido à expectativa de que a escolha aconteceria apenas na quinta-feira. O jornal italiano "La Stampa" publicara em sua manchete de quarta "Um novo Papa amanhã". Pela manhã já haviam sido feitas duas votações sem que nenhum cardeal conseguisse os 77 votos mínimos para ser escolhido.

Os sinos da torre da Basílica de São Marcos começaram a tocar no momento em que a fumaça branca apareceu da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. Poucos instantes depois, os sinos da Catedral de Milão e da Catedral de Florença também começaram a repicar, num movimento que se seguiu em igrejas de todo o mundo, como em Belém.
O nome escolhido pelo pontífice já será um indício da tendência que ele seguirá em seu pontificado. Normalmente, o critério é homenagear apóstolos, santos ou Papas anteriores com os quais o eleito se identifica, e cujas características pretende invocar no Vaticano. Nomes como João, Bento, Gregório, Clemente e Leão são os mais populares.
O nome Pio, por exemplo, tende a uma restauração da Igreja. Pio XII foi um tradicionalista. João ou Paulo indicam uma abertura à renovação e reforma. Foi João XXIII quem convocou o Concílio Vaticano II, uma grande reunião da Igreja cujo objetivo era descentralizar e modernizar a instituição — e que depois foi seguida por Paulo VI.
Já o nome João Paulo seria uma inclinação à evangelização carismática, mas também à disciplina e ao conservadorismo, num perfil similar ao de Bento XVI. O cardeal Albino Luciani combinou os nomes de dois antecessores imediatos, João XXIII e Paulo VI. João Paulo I morreu em setembro de 1978, apenas 33 dias depois de ser escolhido Papa. Seu sucessor, Karol Wojtyla, escolheu o mesmo nome, e governou a Igreja até 2005.
Bento XVI, por exemplo, escolheu o nome por Bento XV e o santo europeu, padroeiro dos intelectuais e protagonista da evangelização da Europa. E o foco de seu pontificado foi a Igreja na Europa. Já Leão indica um engajamento nas questões sociais: Leão XIII (1878-1903) foi o Papa da Rerum Novarum (1891), a encíclica da questão operária.
Gregório é visto como um nome problemático. Com os prestigiados Gregorio I e Gregorio VII, seria dar continuidade a esse nome depois da marca deixada por Gregório XVI (1831-1846). Como Pio X, ele representou o catolicismo intransigente e anti-moderno que, segundo Beozzo, o Concílio Vaticano II buscou superar.
Manhã de decepção
Pela manhã, para frustração das centenas de pessoas que aguardavam na Praça de São Pedro, a fumaça preta saiu da chaminé da Capela Sistina às 11h30m (7h30m no Brasil), indicando que o pontífice ainda não havia sido escolhido. Caso um dos 115 cardeais do conclave tivesse conseguido o mínimo de 77 votos, a fumaça branca teria surgido. No início da tarde, o pouso de uma gaivota sobre a chaminé da Capela Sistina fez com que muitos se confundissem e achassem que era a fumaça branca.
Os trabalhos do conclave foram interrompidos para o almoço ao meio-dia (8h no Brasil) e retomados às 15h (11h no Brasil). De acordo com o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, o Papa Emérito Bento XVI está acompanhando o conclave pela TV, em Castelgandolfo. Lombardi disse que a falta de um resultado pela manhã não indicava que os cardeais estivessem divididos e afirmou que isso já era esperado.
No início da manhã, os 115 cardeais assistiram a uma missa na Capela Paulina, no Palácio Apostólico do Vaticano. De lá, seguiram para a Capela Sistina, onde retomara a tarefa de eleger um Pontífice capaz de encarar a série de escândalos e as disputas internas que afligem a Igreja.
Desde as primeira horas do dia, peregrinos e turistas chegavam à Praça de São Pedro, no Vaticano, a despeito do mau tempo, na esperança de testemunhar o surgimento da fumaça branca na chaminé da Capela Sistina.
Na terça-feira, os cardeais se trancaram pela primeira vez na capela, após uma manhã pompa religiosa e oração, por meio das quais se preparavam para a tarefa. Apenas uma votação aconteceu na noite de terça, sem um resultado conclusivo. Nenhum conclave moderno chegou a uma decisão no primeiro dia, de forma que a fumaça preta saindo da chaminé não foi uma surpresa.
Tradicionalmente, a primeira votação é vista como uma forma de filtrar os possíveis “papáveis”, com os nomes dos primeiros colocados sendo trazidos à discussão nos dias seguintes. A maioria das apostas prevê uma conclusão na quinta-feira, embora a ausência de um favorito claro possa retardar o processo. “Um novo Papa amanhã” era a manchete do jornal italiano “La Stampa” nesta quarta-feira.
Uma vez iniciado o conclave, porém, é difícil fazer estimativas. Não se espera qualquer pista até que o novo Papa seja escolhido. O Vaticano foi particularmente cauteloso para evitar o vazamento de qualquer informação, chegando a utilizar equipamento para bloquear sinais eletrônicos.
Bento XVI deixou crises para o sucessor resolver
O novo Pontífice terá de carregar o fardo que, fevereiro, Bento XVI declarou estar além de sua capacidade física. A Igreja sofre com denúncias de abuso sexual contra crianças e o caso “Vatileaks”, no qual o próprio mordomo do Papa vazou documentos revelando corrupção e brigas por poder dentro da Cúria, a burocracia do Vaticano. Outros abalos vieram da rivalidade com outras igrejas, o avanço do secularismo, em especial na Europa, e problemas administrativos no Banco do Vaticano.
Os nomes mais citados entre os especialistas para ocupar o trono de Pedro são o italiano Angelo Scola - que devolveria o pontificado à Itália após 35 anos nas mãos primeiro do polonês João Paulo II e depois do alemão Bento XVI - e o brasileiro Odilo Scherer, que seria o primeiro Pontífice não europeu desde Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja entre os anos 731 e 741.


Fonte: O Globo

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